... sem espaço para depressão ...

em
um sábado
a tarde,
anos
atrás,
sou
distraído
por
leves
batidas
na porta
da frente
de meu
apartamento.
levanto-me,
desconfiado,
e enquanto
caminho
pergunto
"quem bate?".


olho
para
o sofá
de onde
eu
havia
saído
e
confirmo
que
continuam lá
meus
dois
fiéis
companheiros:
a dor
e
a solidão.

sendo
assim,
com estranheza
penso
"quem
mais
poderia
ser?".

"quem bate?",
arrisco
novamente...
de que
uma
voz,
rouca,
ao fundo
soa
"sou eu,
a
velha
depressão"...

óbviamente
nao
abri,
não
porque
não
quizesse,
mas
porque
não
havia
mais
espaço

para
acomodá-la
no
sofá."

(b. - 03/08/2011)

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