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Mostrando postagens de junho 5, 2016

Resgate

Precisei de muitos minutos sozinha. Passei o último ano sem olhar para a alma, Sem dar o mínimo espaço para o sentimento Tudo Em nome do tempo. Precisei de todas as músicas da minha solidão, Para encontrar míseras palavras de emoção Como se eu não fosse capaz de escrever Tudo Em nome da falta de tempo. Precisei de todas as dores da minha história Para arrancar de meu coração uma única lágrima. Como seu eu não pudesse mais sentir Tudo Em nome da falta de tempo para mim. Precisei de todas as poesias que escrevi Para redescobrir minha essência Nesse corpo insensível e sem calor Tudo Em nome do quê? Finquei as mãos na terra úmida, em busca de algo que pudesse trazer de volta aquilo que sequer sei que perdi. Cavei, cavei, cega e sem objetivo, até ferir as mãos e perder o fôlego. Não havia nada ali. Nenhuma referência. Vazio. Onde fui? Por que me deixei levar? Foram umas das diversas perguntas que me levaram ao desesperado choro sem controle. As lágrimas lava

Dezembro de 2015

Abaixe-me delicadamente para não assustá-la. Nossos olhos se encontram E minha mensagem foi clara: Fique tranquila, Vou libertá-la. Com um pano leve de linho, Envolvi-a suavemente em meus braços. Olhamo-nos novamente, Agora com a confiança estabelecida. Levantei-me de meus joelhos dobrados com muita calma. De pé, Dividi em voz alta o caminho que seguiria: - Vamos até o fim desse longo corredor. Segui. Durante o trajeto, Repassamos todas as cenas da vida. Os sorrisos foram brindados com novos sorrisos, As tristezas foram lembradas pelo aprendizado que delas restou, A saudade foi celebrada com a certeza de que precisamos ver mais, Abraçar mais, estar mais perto. As perdas geraram um leve aperto no coração, Mas já estávamos perto do fim. A felicidade plena fez uma pequena lágrima descer por nossos olhos, E quando chegamos à janela, Estávamos certas de que Apesar de tudo Sempre vale a pena Liberei o tecido, Olhamo-nos pela última vez (foi uma despedida) E li

Sem dúvida

"O nascimento O tempo O contato De nossos espaços E a certeza De que não seremos mais os mesmos." (Paulinha - 06 de agosto de 2015).

Amanhecer

"Cruzei a rua em meio a nevoa do início da manhã. A luz ainda era suave e o frio queimava o rosto. Eu precisava subir. A hora era marcada. Caminhei apressadamente pelas ruas desertas da cidade. Antes de seguir para o cruzeiro, Mirei a subida e a imagem da cruz. Meus pés guiaram meu caminho E o vento foi levando meus cabelos soltos para trás. Você estava lá Sentado Sem me ver Com o corpo tenso pelo frio Mas distraído com o som das arvores. O sol já dava mais cor ao dia. - Ei, cheguei. Você virou seu rosto doce para mim. Sorriu. Levantou. Caminhei para seus braços. E aqueci-me de seu corpo. Sentamos juntos para ver O sol terminar De nascer." (Paulinha – 22 de maio de 2016)

Espinho

Tristeza que enraíza E corta com seus espinhos O corpo torturado De quem simplesmente Sente. (Paulinha – 22 de maio de 2016).