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Mostrando postagens de abril 4, 2010

Medo

Perturbador E sem rosto Com nome simples E voz repleta de silêncio. Disforme E sem cor Com força incrível E insistência dolorosa. Medo: Companheiro Ingrato De uma alma Inquieta. (Paulinha - 09 de abril de 2010)

... terapia ...

- querido? - oi. - você nem experimentou o chuchu. - é que não sou muito fã... - ... das coisas que eu cozinho, não é? - como assim? não sou fã de chuchu apenas. - você não gosta é da minha comida. - nunca falei isso. - acha que sou uma péssima cozinheira. - ... - acha que, se não cozinho bem, não serei uma boa dona de casa. - como? - não serei uma boa mãe ... - querida ... - ou seja, você não quer ter filhos comigo. - amor, o que é isso? - amor? amor? se não quer ter filhos comigo, é porque não quer ficar comigo. é porque.. - olha.. - ... é porque você não me ama. - ... - é isso. você não me ama. (b. - 09/04/2010)

Grades da Alma

Frio. Foi minha primeira sensação antes de abrir os olhos. Uma luz bem fraquinha atravessava as grades da janela. As pedras do chão escuro estavam úmidas. Meus olhos anteriormente fixos na primeira paisagem do meu despertar, Passearam por minha cela. Ferida. Doente. E só. Sem conseguir mover o corpo Continuei pela paisagem do mundo que me cercava. Não lamentei as marcas. Sempre lutei pelo que ambicionei. Ninguém me empurrou. Fui eu quem rasgou o vestido. Fui eu quem fugiu pela janela. Fui eu quem conduziu os cavalos em direção ao céu. Fui eu quem procurou. Você, Ou a morte. Meu peito não segurava mais os anseios de minha alma. E meu coração batia. Resoluto em sua direção. Mas eles me pararam. Lá em cima. No cume. Pegaram-me com a mão no seu rosto. Eu sabia. Eles não suportariam minha coragem, não é? Por isso, Não lutei. Dois pares de mãos agarraram meu braços, Arrastaram-me alguns metros, Até eu perder de vista o seu rosto. Não olhei para os lados Só para seus olhos. Fui levada para me

... domingo ...

seguro a fotografia em minhas mãos... sentado no chão, eu me encostava sobre um tronco largo. você, deitada sobre minhas pernas, encarava, distraída, um livro estrangeiro... noto a luz do sol, fraca, ingênua, iluminando folhas caídas ao nosso redor. tínhamos apoiado a câmera em um galho. percebo meus olhos fechados, e minha mão presa em seus cabelos. lembro que você lia, em voz alta, passagens de um texto qualquer. transpirávamos cumplicidade. cheiro o papel na esperança de recuperar antigas sensações. eu não estava sorrindo, mas é evidente a minha alegria. era final de primavera... algumas cores desbotaram, assim como minhas lembranças. no verso em tinta preta apenas a data. (b. - 05/04/2010)