existe aquele dia, provavelmente em um começo de semana ou um final de mês, em que sair da cama, logo cedo pela manhã, se apresenta como um grande desafio. você não precisa abrir os olhos para saber que o quarto ainda está tomado pela escuridão, e que o espaço ao seu lado continua vazio. nem os pássaros arriscam suas primeiras notas. sentindo o corpo imóvel sob os lençóis, torna-se nítida a impressão de que todo o universo, imenso e em constante expansão, caberia com folga dentro do buraco aberto em seu peito. e nesse momento, quando começasse a imaginar que as flores jamais exalariam seus perfumes simplesmente para agradar o seu dia, e que o sol não dissiparia seu calor especialmente para derreter as calotas geladas involtas sobre o seu coração, que eu lhe pediria que mantivesse seus olhos cerrados por alguns segundos mais, respirasse fundo - calmamente –