Letras de Solidão

penso ao contrário. tudo que desce, uma hora tem que subir. como a semente, que na terra úmida, floresce. deixe-me desabrochar em seu jardim. preciso apenas de água e calor, amor. (b. - dezembro/2013)

9 cm. Incentivos de força eram declamados na sala. E eu podia sentir a vontade de minha filha. Nascer. Uma mudança foi necessária e a dor foi substituída pela perda. Uma mão tocou o início de minha barriga com um algodão molhado. Eu não sentia mais frio. 10 minutos. 19h05 E minha filha abandonou meu corpo. Choro. Dela, Meu. (também choro agora). Virei o rosto para o lado E lá estava ela A imagem que jamais abandonará minha alma. Laura." (Paulinha - 09 abril de 2013)

Manhã de 09 de abril. O sol nasceu coroando o cansaço de minha madrugada. Mesmo sem regularidade, As dores não me permitiram um sono tranquilo. 13h30 E o momento chegou. 03 cm. Rumo à maternidade. 15h30 A cada 05 minutos Uma dor de tirar o fôlego. 16h10 Exame. 06 cm. Sozinha na sala. Mãos na barriga Em sintonia. Dali em diante Tudo foi muito rápido. O relógio da parede seguia seu curso, O relógio da parede seguia seu curso, Enquanto eu e minha filha seguíamos o nosso. Mãos de alento afagavam minhas costas nos momentos de intensa no dor. E nos intervalos, Um sorriso de alívio voltava para meu rosto. Mais minutos. Mais alguns centímetros. E eu ia me despedindo dos 08 meses e meio de gravidez. Enquanto a notícia do rompimento da bolsa era anunciado. Mais dor. Costas curvadas para a medicação. Ergui o rosto. Mudança de sala.

"Eu seria capaz de viver cada segundo novamente Mais do que isso Seria uma imensa satisfação sentir tudo outra vez." (Paulinha - 09 de abril de 2013)