Estava com a caixinha de música nas minhas mãos Pronta para tocar a lembrança de minha infância. Faltava-me coragem. Ouvi o som de minha filha ao fundo. Reencontrar-me criança, Era o caminho. Entender o que passou, Era o propósito. Mas eu conseguiria? Voltei os olhos para a caixinha. Uma pequena bailarina restava solitária em seu tablado. Coloquei os dedos na corda e girei. O som tomou o ambiente. Respirei profundamente suas notas. E deixei-me levar. Sem amarras. Sem medo. Quando dei conta, Estava com a mesma idade dela. A foto era amarelada. E a vontade era imensa. Fui buscar. Sem me importar com a descoberta. (Paulinha – 20 de maio de 2019).
"Os dias correm com o silêncio solitário de minhas reflexões Queria poder dividir. Mas não posso. Não ainda. Preciso visitar algum canto da alma Para entender o que (agora) não compreendo." (Paulinha – 06 de maio de 2019)
pés, enraizados no piso de madeira, sustentam o tronco flácido e sem alegria, escondido da luz, do sol e de outras fontes de energia, sonâmbulo por dias apenas para não perder um telefone... especificamente aquele, seu, que nunca existiu.