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Mostrando postagens de janeiro 9, 2011

Mãos Dadas

Caminhamos pela praia deserta Era uma manhã fria de inverno A água gelada às vezes alcançava nossos pés E o silêncio de nossas vozes Guardou cada passo de nosso trajeto Por vezes, olhávamos nos olhos E a cada encontro, um sorriso. Nossos dedos entrelaçados Aqueciam nossas mãos unidas E confiantes, Seguíamos rumo ao destino de nossa união. (Paulinha - 14 de janeiro de 2011)

Ano Novo

É inevitável negar: O tempo de nossas vidas é marcado. Somos, sim, reféns das datas: Nascimento Aniversário Feriados (Carnaval, Páscoa, Natal) Início (primeiro dia de aula, primeiro dia de trabalho, primeiro dia do ano). E, com elas: sofremos, alegramo-nos, choramos, rememoramos, prometemos. Não importa a marca. Se ela existe, Cabe a nós usá-la da melhor forma: Aceitemos o perdido. Se algo se foi, é porque não deveria mais fazer parte de nossas vidas. Enterremos os mortos. Presente que vive passado, nunca será presente, Será sempre passado. Consagremos as conquistas, É nelas que reside a força que nos moverá para o futuro. E alegremo-nos com o recomeço, Pois é no marco zero No dia 1º de janeiro Que Definitivamente: Recomeçamos! (Paulinha - no fim de 2010)

Natal

Acordei cedinho Todos dormiam Desci a escada rapidamente A mesa de jantar ainda estava com a toalha da ceia E as luzes da árvore de Natal permaneciam acesas. Sentei na ponta do sofá e esfreguei o vidro da janela com o punho das mãos Chovia forte lá fora Mal enxergava o outro lado da rua Voltei o rosto para a sala e respirei profundamente ao me deparar com a árvore Caminhei até ela e toquei levemente os galhos altos. Estava presa em meus pensamentos Quando ouvi um pequeno murmurinho Um som infantil e abafado Girei o corpo em meu próprio eixo e examinei a sala Estranho Aparentemente eu estava sozinha. Antes que eu pudesse voltar a meus pensamentos Fui interrompida pelo mesmo som Tornei o corpo na direção da sala de jantar E percebi uma sombra embaixo da mesa Deixei os chinelos de lado e caminhei lentamente até o esconderijo de meu intruso Estava tão entretido que nem percebeu minha movimentação. Hesitei: que estaria ali? Flexionei as pernas rumo ao chão e toquei levemente a toalha Afaste