No Chão de Areia

Ele me encontrou de joelhos na praia
Com as mãos fincadas na areia
Levantei os olhos vermelhos em direção a seu rosto
Os cabelos desgrenhados voavam o vento do mar.

Gritei sua expulsão com toda a força da minha dor
Ele não se moveu.
Tirei os punhos fechados da areia e atirei em sua direção
Ele não se moveu.

Os soluços da minha alma sacudiam meu corpo
E eu não tinha mais força para gritar
Ele baixou o corpo em direção ao chão
E começou a balbuciar algo sobre engano.

Balancei a cabeça repetidas vezes
Era minha negação ao sinal da sua voz
Ele insistiu.
Não ergui o rosto.

Silêncio.

A negação foi sucedida pela súplica
Enchi as mãos de areia novamente
Ele insistiu.
E tocou meus cabelos
Tremi.
“Não, não me toque”.

A súplica foi substituída por palavras de amor
“Não, isso dói!”.
Ele insistiu.
Deixei minha cabeça tocar o chão
Ele insistiu.

Os soluços continuavam sacudindo meu corpo.
Senti seu corpo cobrir o meu.
E no ouvido a declaração:
- Não sou mais capaz de viver sem você.
E o pedido:
- Pode acreditar em mim?

(Paulinha - 05/02/2010)

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